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Seminário descentraliza discussão sobre cultura e política em São Paulo

Edição:
Redação

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Organizado pelo Movimento Cultural das Periferias, o seminário “Insurgências Periféricas: A cidade que queremos”, tem o objetivo de expandir o debate sobre as desigualdades sociais na cidade de São Paulo e na América Latina.

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Reunião do Movimento Cultural das Periferias (Foto Divulgação)

O Movimento Cultural das Periferias, formado por coletivos culturais de toda a cidade, coloca em pauta uma discussão sobre a cidade de São Paulo suas múltiplas desigualdades e resistências, com a realização do seu seminário nos dias 11 e 12 de março, no Sacolão das Artes, espaço de resistência cultural, localizado no Parque Santo Antônio, zona sul de São Paulo.

O diálogo “Lutas Políticas e Libertárias no Brasil” abre o seminário no sábado às 10h, com Dennis de Oliveira e Rosane Borges. No decorrer do dia, após o almoço, acontece a segunda mesa com o debate “Olhares de luta pela América Latina, com o diálogo entre Renata Eleutério, Sandro Oliveira e a Coletiva Fala Guerreira, com início previsto para às 15h. Para encerrar o primeiro dia da programação, a organização do evento abre espaço para artistas apresentarem seu trabalho ao público presente.

No domingo, a programação no período da manhã será dedicada a discutir as “A cidade que temos – Histórico de Lutas Populares” com Enrico Watanabe. E no período da tarde serão realizadas dinâmicas práticas, envolvendo metodologias que facilitam a sistematização de conhecimentos e ideias. Ao final do seminário haverá a leitura da relatoria e a elaboração de um documento que contenham os desdobramentos e encaminhamentos elencados ao longo dos dois dias.

Formado por diversas coletividades, grupos, artistas, cidadãos e movimentos periféricos, o Movimento Cultural das Periferias surge em 2014, a partir de uma série de encontros e fóruns de articulação política e cultural na cidade, para promover atividades que visam difundir conceitos e práticas de participação política entre as classes populares e periféricas. Uma de suas principais conquistas no campo de políticas públicas é a construção da Lei de Fomento à Cultura da Periferia, iniciativa pautada no fomento aos coletivos culturais da periferia, visando a descentralização e melhor distribuição das verbas de políticas culturais na cidade.

Além de atrair e instigar o público presente com informações sobre a cena política e cultural em São Paulo e na América Latina, o evento será ainda uma ferramenta para apresentar os propósitos de atuação do Movimento Cultural das Periferias. “A importância do evento também vai se dar por entender o que é esse tal Movimento Cultural das Periferias, que não é um coletivo, são várias coletividades, vários fóruns, várias frentes, que se identificam com esse símbolo, que não quer discutir cultura apenas como política pública”, conta Pablo Paternostro, um dos integrantes do Movimento, relatando o seu ponto de vista sobre a relevância do seminário.

Juntamente com os debates sobre cultura, direito à cidade e participação política, outras questões ligadas à vida do cidadão periférico também serão pautadas no evento, como por exemplo o acesso a educação, saúde e mobilidade.

A agenda de luta do Movimento Cultural das Periferias está focada nos processos históricos de exclusão e na garantia de mecanismos para promoção da equidade social. Para uma cidade ideal é necessário assumir dentro e fora das políticas públicas ações efetivas e afirmativas, que promovam reparações históricas.

“Costumamos dizer que lutamos pelo óbvio, mas até mesmo o óbvio precisa ser dito. Nós da periferia nos vemos como uma grande classe de pessoas que através das gerações passaram por espécies de “diásporas”. Muitos de nós somos de famílias migrantes, indígenas ou negras. Somos as pessoas que foram e são expulsas por processos de higienização, gentrificação e outros processos perversos que expulsam as pessoas da cidade. Estar na periferia é também estar fora do centro das prioridades do Estado, exceção apenas para a polícia e código penal”, enfatiza Aloysio Letra, integrante do Movimento Cultural das Periferias.

Para participar do seminário “Insurgências Periféricas: A cidade que queremos”, é necessário fazer a inscrição na página do evento no Facebook ou acessar direto o formulário de inscrições.

Agenda

1º Seminário – “Insurgência Periféricas: A cidade queremos”

Local: Sacolão das Artes

Endereço: Avenida Cândido José Xavier, 577, Parque Santo Antônio

Data: 11/03 – 12/03

Horário: 09h às 20h

Entrada: Gratuita

Programação

11/03

9h – Café da manhã coletivo

9h30 – Dinâmicas de Integração, relaxamento e concentração

10h – Abertura Oficial – Memória – Quem somos e como chegamos até aqui… narrando a história do MCP – Katia Alves e Elaine Mineiro

10h30 – Mesa: Lutas Políticas e Libertárias no Brasil – Rosane Borges, jornalista, professora do Celac (Centro de Estudos Latino-Americanos em Comunicação e Cultura) da Universidade de São Paulo (USP), pós- doutoranda em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo(ECA-USP) articulista do blog da editora Boitempo e do site Justificando. Denis de Oliveira, professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA–USP) mediação: Queila Rodrigues e Aloysio Letra

13h30 – Almoço

15h – Mesa Olhares de Luta Pela América Latina com Renata Eleutério, educadora popular, artista periférica e cientista social. Integra o Movimento Cultural das Periferias, é graduada em Ciências Sociais pela Fundação Santo André e mestranda pela Unifesp. Faz parte do coletivo teatral NoBatente, coletivo de memória CPDOC Guaianás, também participa do Quilombo Sambaqui e da Congada de Moçambique Cambaiá. Sandro Barbosa de Oliveira, cientista social, educador popular, professor e sujeito periférico da quebrada. Mestre em Ciências Sociais pela Unifesp e doutorando em Sociologia pela Unicamp. É associado do Coletivo autogestionário Usina e faz parte da Escola de Samba Unidos da Lona Preta – MST, e a Coletiva Fala Guerreira – Coletiva formada por mulheres residentes na periferia de São Paulo, que busca dar voz e visibilidade as mulheres periféricas a partir das vivências e histórias que carregam.

18h30 – Jantar

20h – Noite Cultural

12/03

9h – Café da Manhã Coletivo

9h30 – Dinâmica de despertar

10h Mesa A Cidade que temos – Histórico de lutas populares Enrico Watanabe, formado em direito, trabalhou na defesa de direitos em diversas organizações não governamentais e atualmente presta assistência jurídica à grupos, coletivos e organizações sociais e sindicais, mantendo ao longo dos anos a atividade de Educador Popular do NEP 13 de Maio.

13h – Almoço

14h30 Ações Para Cidade que queremos – Grupos de trabalho – Facilitação Silvia Lopes e Aluízio Marino.

19h Encerramento

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