Pensar e atuar pela garantia de direitos sociais junto à população
quem vem amadurecendo nas periferias inclui criar formas de bem estar físico e
mental, para que essas pessoas que em 2050 corresponderão a mais de 22% da
população do município de São Paulo, em comparação a 7,8% em 2010, segundo
dados da Fundação Seade, possam desfrutar de todas as fases da vida com mais
qualidade.
Neste cenário, as dinâmicas de crescer, viver e principalmente envelhecer na periferia ganha um novo olhar, agora não só político, mas também
afetivo. Esse olhar para o envelhecer é construído diariamente por moradores que, na falta do serviço público que deveria ser garantido pelo Estado, criam caminhos para cuidar do outro.
Um exemplo de pessoas que tem mobilizado o território e a si mesma
para construir espaços de acolhimento e bem estar nas periferias, é a Maria
Paulina, conhecida como Vó Tutu. Nascida e criada na Brasilândia, distrito da zona norte de São Paulo, no auge dos seus 68 anos, Tutu busca cuidar da população idosa da região, a partir de ações coletivas que realiza no salão de casa.
Quando se trata de saúde pública na Brasilândia, esse é um dos
distritos com maior tempo de espera para agendamento de consultas em São Paulo. Para realizar consulta com o médico do Programa Saúde da Família, o tempo médio de espera é de 9 dias. Já para consultas com o clínico geral, a espera é de em média 62 dias.
