Greve geral mobiliza moradores nas periferias da zona sul de SP
A reforma da previdência surge como uma das principais motivações que está no centro das discussões entre os moradores articulados para a greve geral nesta sexta-feira.
Distritos como Capão Redondo, Jardim Ângela e
Grajaú, localizados na zona sul de São Paulo representam territórios
periféricos cidade que já confirmaram a articulação de movimentos sociais para
mobilização de moradores, que irão ocupar as ruas nesta sexta-feira (14) durante
a Grave Geral.
Segundo o articulador comunitário Rafael Cícero, a
mobilização da Greve Geral tem por objetivo resistir a Reforma da Previdência e
o desmonte do governo Bolsonaro. “Estamos dizendo não a essa Reforma,
entendemos que essa reforma prejudica os trabalhadores, em especial os mais
precarizados. A Reforma tem que atacar os privilégios dos políticos, dos
militares e dos patrões.”
Muitos cartazes que serão carregados por moradores
de diversos territórios periféricos da cidade trarão a frase “Não vamos
trabalhar até morrer”, uma mensagem direta a proposta de profundas mudanças na previdência
social.
“É desumano impor ao trabalhador essa reforma, que
ele vai ter que trabalhar até morrer. A capitalização coloca em risco futuro
dos trabalhadores, em especial os da periferia. Dessa forma, a periferia vai à
luta pra dizer Não”, enfatiza Cícero, revelando a sua preocupação com a futura
mudança que introduzira a capitalização da aposentadoria, forma de poupar recursos
para ter rendimentos futuros.
Outro fator marcante que justifica a participação
ativa dos moradores das periferias na Greve Geral são as taxas de desemprego no
Brasil, que subiu 12,7% no primeiro trimestre deste ano, atingindo cerca
de 13,4 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Localize
os pontos de encontro na zona sul de São Paulo
No Jardim Ângela, zona sul da cidade, a concentração
acontecerá no Largo de Piraporinha, com saída prevista ás 7h.
O mesmo horário está previsto para a concentração
de moradores no Terminal João Dias e na Avenida Nações Unida, próximo a metalúrgica
MWM, tradicional palco de atos protagonizados por trabalhadores de indústrias
da região.
Às 9h da manhã, os moradores que se encontraram nos
três pontos de encontro irão se reunir na ponte do Socorro, conectando assim,
várias vozes de bairros diferentes, para manifestar a sua insatisfação com a
perda de direitos.