OPINIÃO

Quem tem o direito de decidir sobre quem vive e quem morre?

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Somos filhos do nosso tempo. Que tem sido marcado pela morte desnecessária. Nós nascemos em um mundo marcado pelo pós-Guerra. Qual foi o aprendizado que a humanidade obteve com as guerras? Quantos soldados mortos e com qual propósito? Quem venceu? A morte prematura, a solidão e a dor na memória de quem sobreviveu.

Quando a morte chega naturalmente a dor se apresenta a quem fica, mas, aos poucos se vai. Em uma das muitas aulas que ministrei no ensino médio a questão norteadora era a seguinte:

Quem tem o direito de decidir sobre quem vive e quem morre?

Os alunos eram convidados a refletir e dissertar. O texto base era o do grande pensador Adorno, um trecho do seu celebre livro – Educação e emancipação, que trata de uma educação após Auschwitz. O debate, em algumas turmas, normalmente chegava à conclusão que ninguém tem esse direito.

Estamos em meio a uma pandemia e diariamente somos levados a pensar: Quanta dor? Quanta perda? Quanto desatino em um governo, que insiste em colocar a máquina do governo a disposição de um mercado que não possui a função de suprir as necessidades básicas de um povo.

Não parece óbvio que a dor e a angústia do momento seria menor se o governo fosse efetivo em equacionar as questões que nos afetam desde sempre, a saber:

1- a ausência de uma universalização da moradia;

2- a ausência de uma universalização do saneamento básico;

3- a ausência de uma universalização de uma renda básica;

4- a ausência de uma redução da jornada de trabalho (sem redução salarial) com o intuito de incorporar os desempregados;

Quantas vidas seriam poupadas se essas ausências fossem supridas?

Quantos de nós estaríamos desfrutando do prazer da companhia de um familiar, de um

parente, de um amigo, com a certeza de que ele teria condições para os cuidados necessários à vida. Neste momento sabemos da importância do isolamento social. Sabemos que o contágio se dá de pelo contato humano, sabemos que aglomerações, como ônibus cheio, trem lotado, ruas movimentadas, ampliam exponencialmente o contágio. Sabendo disso, o que um governo consciente do seu dever deviria fazer? Como ele deveria se portar? Imagine um mundo no qual:

1- Moradia foi universalizada,

2- Saneamento básico e água potável foram universalizados;

3- Renda básica, redução da jornada de trabalho e o pleno emprego são realidade. Considerando os três pontos acima e a sua vida atual,

Em qual mundo você deseja viver? No mundo vigente atual, onde a vida não possui valor ou em mundo possível pelo qual nós temos que lutar e construir, no qual a vida determinará o sentido de tudo?

Sou pelo primado da vida! E você?

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