OPINIÃO

A periferia é o nosso centro!

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Na contrapartida do que a mídia hegemônica insiste em representar a periferia é também espaço possibilidades, de lutas, de esperança e de solidariedade! 

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Foto: @menino_do_drone

“Para nós, a periferia é um país”. 

Sérgio Vaz

A periferia é para milhões de brasileiros periféricos um espaço geográfico marcado não só pela distância em relação ao centro, mas sim, pela relação de vivência, pela construção diária de significados, pelas caminhadas e brincadeiras nas ruas e vielas, pelas trocas e aprendizagens nas escolas, praças, campo de futebol e nas igrejas; um lugar de afetos, conflitos, relacionamentos e de solidariedade, como muitos dizem “minha comunidade”. Desta forma a periferia não é o nosso centro apenas simbolicamente.

Na literatura acadêmica a periferia caminha com seu par dialético centro, mais especificamente como o negativo do centro, um lugar afastado resultante do processo de metropolização das grandes cidades. O que de fato o é! Mas não o é, apenas, não o é para todos. Para muitos a periferia é o próprio centro da vida! O conceito de centro é entendido como local de trabalho, de compras, de decisões de poder, de pluralidade cultural.

Neste sentido, já faz tempo que as periferias tornaram espaços de possibilidades e de emprego para milhares de pessoas, centro de compras e de um comércio diversificado, embrionária de muitas lutas sociais, como um dos maiores movimentos feministas do Brasil, os Clubes de Mães da zona Sul, que balançou as estruturas da ditadura militar e, que dizer da cena cultural da periferia, com suas rodas de samba, grafites, saraus, batalhas de rima, bailes funks. Retomando o poeta fundador da Cooperifa, Sérgio Vaz, “a periferia é um país”!

De fato, apesar da complexidade e diversidade das periferias, esse espaço também é marcado por contradições, que pode sim ser entendido como a marca visível das contradições e desigualdades da sociedade capitalista. Os grandes veículos de comunicação não nos deixam esquecer isso, reforçam diariamente os estereótipos da periferia como lugar natural de violências e desta forma constroem no imaginário dos brasileiros, inclusive dos que vivem na periferia ideia de um lugar negativo.

Na contrapartida do que a mídia hegemônica insiste em representar a periferia é também espaço possibilidades, de lutas, de esperança e de solidariedade! Por esse motivo, iremos nos apropriar deste veículo de comunicação periférico, para discutir e apresentar essas questões tão esquecidas dos grandes meios de comunicação, que noticiam apenas os problemas das quebradas. 

Nas próximas colunas traremos à baila, as lutas, os abandonos do estado em relação a periferia, mas como freirianos, iremos anunciar também as potências revolucionários das quebradas, as experiências de engajamentos sociais, os projetos de sustentabilidades e de relação socioambiental, a potência da educação popular em espaços formais e informais.

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